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terça-feira, 17 de janeiro de 2017

VENTO



Vivia entre o céu e o mar, achava-se concha, pedra, areia talvez.
Sentia que era pequena e rodopiava nas ondas e vagava entre estrelas.
Sonhava alto, longo e livre,
ia de um extremo a outro num pé só.
Seus olhos eram puro brilho,
refletiam as estrelas no mar.
E bêbada de sonhos, se jogava no céu.
Se perdia no abismo do março
e se encontrava no vazio entre os dois.
A cabeleira solta, a pele ardente e o riso frouxo.
Os olhos perdidos, os braços abertos e os pés dançando.
Era uma confusa dança de amor, mas livre, e leve, e pura.

Valdira S. Rosa

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