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domingo, 16 de agosto de 2020

CORRENTEZA

 

O rio que desce em mim

sinuoso, frio

desce às vezes quieto

outras em lamúrias

e desce aos tropeços também

desfaz margens, carrega galhos

numa louca tentativa de rumo

derruba canoas e pontes

e faz estragos.


Transporta sementes e flores,

beijos e dores

acolhe arrepios e ondas.

E pára, na curva do vento

estanca, manso

mas tem correntezas escusas

Não se iluda.

Não me iludo.

O rio que desce também enlouquece.