Vivia entre o céu e
o mar, achava-se concha, pedra, areia talvez.
Sentia que era
pequena e rodopiava nas ondas e vagava entre estrelas.
Sonhava alto, longo
e livre,
ia de um extremo a
outro num pé só.
Seus olhos eram puro
brilho,
refletiam as
estrelas no mar.
E bêbada de sonhos,
se jogava no céu.
Se perdia no abismo
do março
e se encontrava no
vazio entre os dois.
A cabeleira solta, a
pele ardente e o riso frouxo.
Os olhos perdidos,
os braços abertos e os pés dançando.
Era uma confusa
dança de amor, mas livre, e leve, e pura.
Valdira S. Rosa