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quinta-feira, 2 de fevereiro de 2012

LUANA



Seu primeiro livro de histórias foi “A poesia é uma pulga”, da Sylvia Orthoff, que ouvia no balanço da rede e repetia as últimas sílabas, que logo passou a repetir palavras, frases, até ter decorado inteiro e mais tarde ler sozinha. Mas nunca abandonou o gosto por ouvir histórias. Se ouvia uma num dia e depois pedia para repetir em outro, nunca se poderia alterar nada, pois se recordava de todos os detalhes (e muitas vezes nós não!), e assim surgiu o lobo bonzinho em sua vida (e até hoje gosta muito deles!). Assim como para fazê-la dormir não poderíamos cantar músicas conhecidas suas, pois cantarolava junto e não adormecia, essas também tinham que ser inventadas, ou alteradas.
Os livros passaram a ser muitos, O Pequeno Príncipe, Maria Vai com as Outras, Luana Adolescente Lua Crescente, Marcelo Marmelo Martelo, Guardachuvando Doideiras, Vovó Viaja e não sai de casa, que passaram a acompanhá-la ao banheiro e lá passava longos momentos de leitura no “troninho” e acabou virando vício, pelos livros e por ir ao banheiro com eles. E quando estávamos em casa de parentes e amigos ela pedia: “tem um livro, revista, gibi, alguma coisa para eu ler?” já sabíamos que queria ir ao banheiro...
Mas os lia em outros lugares também, e reinventava-os também. Logo passou a criar suas próprias histórias, mesmo antes de ser alfabetizada. O encantamento pelos livros era visível em seus olhos, e essa paixão depois foi estendida aos filmes e música. Muito nova já cantava “O Lobo Bobo”, e “Garota de Ipanema”, depois Chico Buarque, mais tarde Engenheiros do Hawai. Um dia descobriu o rock, logo em seguida o hard rock e apaixonou-se pelos anos 70 e 80, fez um corte pigmaleão nos cabelos e cada dia buscava novas descobertas. Conheceu Raul, Secos e Molhados, Ultraje a Rigor, Janes e não parou mais... Foi às nuvens com o vinil.
Os livros continuam iluminando seus dias, em qualquer lugar, esperando o ônibus, o dentista, a comida do restaurante, com os fones nos ouvidos. É uma contadora de histórias, sonhos, ilusões, reinventa seus dias e o de todos nós que estamos a sua volta. Os filmes são em cascata, quer ser cineasta, mas para mim continua a mesma menininha sonhadora de sempre, e será assim para sempre, por toda a eternidade.

Valdira S. Rosa

5 comentários:

Thaís Pupo disse...

Muito lindo!!! É muito emocionante o desenvolvimento dos filhos né... Parabéns!! Saudades!

A Menina Clarice disse...

Linda História desta linda contadora de Histórias. Como passa rápido, val, e também, como é bom ver passar o tempo!!!

A Menina Clarice disse...

Linda História desta linda contadora de Histórias. Como passa rápido, val, e também, como é bom ver passar o tempo!!!

"Naza" disse...

E por ter aprendido a liberdade, lá está ela, exercitando suas asas.
"Luana", em breve em todos, nos cinemas...

Joaquim Maia Neto disse...

Linda história. Parabéns!