O rio que desce em
mim
sinuoso, frio
desce às vezes quieto
outras em
lamúrias
e desce aos tropeços também
desfaz margens,
carrega galhos
numa louca tentativa de rumo
derruba canoas
e pontes
e faz estragos.
Transporta sementes e
flores,
beijos e dores
acolhe arrepios e ondas.
E
pára, na curva do vento
estanca, manso
mas tem correntezas
escusas
Não se iluda.
Não me iludo.
O rio que desce
também enlouquece.